UM DIA
Um dia, serei folha ao vento
tapete dos teus passos
saudade ocre da luz.
Um dia, serei pássaro
e nas alturas
chegarei ao azul onde
silenciosos
dormem os teus sonhos.
Um dia, serei barco no teu enredo
e tumulto do teu sangue.
Um dia, navegarei a teu lado
até ao fim do amor.
In “Escrita Rouca”
Editora Insubmisso Rumor
Edgardo Xavier
(N. 1946)
UM DIA
Esvoaçam os pardais a chilrear,
são puras as cores, o dia já nasceu.
Mergulham no azul fresco do céu,
onde o Sol, desde cedo está a reinar.
Vem a tarde, e apetece caminhar,
sem ter destino certo, pelos montes…
E ao subi-los em silêncio, ouvem-se as fontes,
Que cantam noite e dia, sem parar.
Mas o Sol, pouco a pouco, vai descendo,
e o dia, cansado, vai morrendo
nos braços de uma noite de luar…
Luar que a Lua espalha como um véu,
sobre a Terra que há pouco adormeceu,
e que amanhã, com o Sol, volta a acordar.
In “Unearta”
Revista da União dos Escritores
e Artistas Transmontanos e Altodurienses
Ano I – N.º 1 – Janeiro 2002
Eugénio Pinto Aires
(N.?)
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