TODA A NOITE A LUA
Toda a noite a lua
dançou na orla do palmeiral. Seus braços de fina prata
revestiam de brilho o vermelho da terra; armadilha de astro cego
na desordem do mundo
E toda a noite ela saltou, rodopiou, encenou a mais estranha
coreografia no silêncio eloquente dos céus. Inconstante lua.
Dissimulada. Vai-te imagem de mil abismos – tu que a tantos
enredas com tuas múltiplas faces. Vai-te. Vai-te sinal do efémero,
maga do instante – tu que na vida dos homens, sempre que queres,
entras e sais. Vai-te e não voltes mais
In “Pelo deserto as minhas mãos”
Editora Coisas de Ler
Victor Oliveira Mateus
(N.1952)
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