POEMA SOBRE A RECUSA
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus dedos
se ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva.
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda.
In "Vozes e Olhares Femininos"
Edições Afrontamento – Porto – 2001
Maria Tereza Horta
1937
OS SILÊNCIOS
Não entendo os silêncios
que tu fazes
nem aquilo que espreitas
só comigo.
Se escondes a imagem
e a palavra
e adivinhas aquilo
que não digo.
Se te calas
eu oiço e eu invento.
Se tu foges
eu sei não te persigo.
Estendo-te as mãos
dou-te a minha alma
e continuo a querer
ficar contigo.
In “Só de Amor” – Quetzal Editores – 1999
Maria Tereza Horta
N. 1937
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