AGORA QUE MORRESTE MÃE
Agora que morreste Mãe
E só em mim te tenho
Sou mais que o meu tamanho
Porque sou tu também
Tuas mãos afagam as minhas mãos
De quem são estes gestos esta pele?
Nunca me deste irmãos
Só contigo reparto o meu farnel
De quotidianos fardos e alegrias
Breves e desta brasa em chaga
Que é a tua ausência nos meus dias
Órfãos mas sempre ao colo desta mágoa
De não te ter de te ter sido esquiva
De não te ter nunca aberto as portas
Do meu ser de nunca te ter dado vivas
O que hoje já só são carícias mortas
In “Cicatriz” – 1996
Editorial Presença
Teresa Rita Lopes,
N. 1937
QUANDO TE TINHA
Quando te tinha
Mãe
Não sabia
Que um dia
Havia
De te perder
Nem pensava
Sequer
Que podia
Não te ter
Não parava
Para te saborear
Para te saber
Tão precisa
À minha vida
Tão preciosa
Não gozava
A alegria
De te saber
Mãe
Viva
IN "Cicatriz" – Ed. Presença – 1996
Teresa Rita Lopes
N. 1937
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