SABES, PAI
sabes, pai
o cachecol béje nos muros da foz
cobria as árvores com o seu pêlo, ao vento
o boné azul, marinheiro nos cabelos louros
sussurrava pequenas frases às silentes águas
o teu sorriso tão leve, enternecia o rosto
esses óculos, teu cabelo nas tardes de sol
ou o barco encalhado na areia breve
junto ao castelo onde nos passeávamos
eu tu a mãe, duas ou três falas e o meu corpo
que se chegava a vós junto à estrada
nestes muros da foz, abertos ao mar
que voava
In “A Palavra no Cimo das Águas”
Colecção Campo da Poesia
Campo das Letras – Lisboa – 2000
Jorge Reis-Sá
N. 1977
. Mais poesia em
. Eu li...
. Recordando... Jorge Reis-...