QUANDO
Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.
Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.
Será o mesmo brilho a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta,
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.
In “Dia do Mar” – 5ª edição revista
Editorial Caminho – 2005
Sophia de Mello Breyner Andresen
1919 – 2004
QUANDO TE TINHA
Quando te tinha
Mãe
Não sabia
Que um dia
Havia
De te perder
Nem pensava
Sequer
Que podia
Não te ter
Não parava
Para te saborear
Para te saber
Tão precisa
À minha vida
Tão preciosa
Não gozava
A alegria
De te saber
Mãe
Viva
IN "Cicatriz" – Ed. Presença – 1996
Teresa Rita Lopes
N. 1937
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