NAS MORNAS SOLIDÕES…
Nas mornas solidões, lá nas florestas virgens,
Onde sonham ao luar extáticos paúis,
As nuvens sensuais têm súbitas vertigens:
Chuvas torrenciais, relâmpagos azuis!
Langorosas d’amor vêm as noites macias,
Com o seu vago torpor de aroma e claridade,
E as estrelas, no céu, mais brilhantes e frias
Ostentam a nudez da sua virgindade!
Assim no coração imenso dos poetas,
Após as vivas dores, as torturas secretas,
Que no silêncio, audaz, criou seu pensamento,
Como que a vida ganha um sentido maior,
A mais longe se espraia a onda do amor,
Mais penetrante e doce é a luz do sentimento!
(mantém a grafia original)
In “Presença”
Fôlha de Arte e Crítica
Nº 1 - 10 de Março de 1927
Pág. 6
Fausto José
(1903-1975)
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