MEU PORTO
Meu Porto, és o cordão umbilical,
Bem preso às raízes do meu ser;
És a minha linda cidade, a capital,
Aqui existo, aqui quero viver!.
Mesmo que a neblina ainda percorra,
Os limites deste infinito,
Que haja alguém a nascer ou que morra,
Serás o meu brasão e o meu grito.
Meu Porto, tens o velho casario,
Coberto de dores adormecidas
E na foz desse teu lindo rio,
Há lágrimas e dores já ressequidas.
Prisioneiro deste tempo que avança,
Trago em mim as franjas da Cultura,
A fé intensa e no peito a esperança,
Do raiar do sol à noite escura.
In "Manhãs Inquietas"
Mosaico de Palavras Editora
Jorge Vieira
(N.1952)
SOL POENTE
É sempre ao sol poente que declina,
Que as sombras dançam com nitidez;
Prazer adocicado que fulmina,
Que nos preenche o silêncio e a mudez.
É no mar que o Astro-Rei adormece,
À espera que a lua brilhe, altaneira;
Quadro de beleza que nos enternece,
E que nos acompanha a vida inteira.
Surge a noite com passos de ternura,
Onde o silêncio se instala, lentamente;
No firmamento para dar brilho á negrura,
Mil estrelas cintilam alegremente.
Com as cabeças coladas ás almofadas,
Sonhamos por instinto, quadros belos;
Contos imaginários como os de fadas,
Tão dóceis, tão puros, tão singelos.
In "Manhãs Inquietas"
Mosaico de Palavras Editora
Jorge Vieira
(N.1952)
AS ESPERAS DO AMOR
Esperas inúteis são horas vencidas,
Por impulsos que o nosso corpo tem;
Loucuras, devaneios que as nossas vidas,
Vão semeando aqui e além.
Frutos de amor, vértices de ternura,
Lânguidos cansaços, plenos de prazer;
Despertam no calor da noite escura,
Abraçados à fúria de viver.
Quantos corpos desmaiam, sequiosos,
Ao encontro de um amor a construir;
Repletos de silêncios e desejosos,
Da vontade de ser e de existir.
Mãos que se unem em harmonia
São cadeias de gestos repetidos;
Que cobertos de dor e de alegria,
In "Manhãs Inquietas"
Mosaico de Palavras Editora
Jorge Vieira
(N. 1952)
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