CORPOS HÁ QUE TERMINAM EM PLENO MAR
Corpos há que terminam em pleno mar.
São corpos e são manhãs.
São corpos e são agosto atravessados pelo sol
por breves ventos.
Abandonado limite
quem levando aos lábios a chávena de café
retém o gesto o vidro os dedos.
Nostálgico café por horas e horas repetido.
In "Antologia Poética 1977-1994"
Editorial Presença
João Miguel Fernandes Jorge
(N. 1943)
EU FALEI DA TUA MORTE
Eu falei da tua morte. Da ave
que levantou a palavra
morte, injusta e funesta no
seu ser. Da tua morte falo.
Do meu discurso nenhum sábio
saberá admitir a unidade, o
tempo infinito formando verão
e mar, o longo nome de ti.
Fim ou movimento? Toda a
unidade será sempre uma
ausência e um excesso.
Sobre os lábios do homem a
única duração da vida é razão
de um silêncio ou de uma rosa?
Sob Sobre Voz (1971)
In “Ler Por Gosto”
Areal Editores
João Miguel Fernandes Jorge
N. 1943
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