AMOR
Disseram-me hoje, Amigo, que te viram;
Que viesses para ver-me, era de crer...
O que eu ouvi!... Fizeram-me sofrer
Por suspeitas, ciúmes que sentiram.
Se soubesses! Choraram e sorriram
Os meus olhos na ânsia de te ver:
Mas tu não sabes - podes lá saber!...
As minhas forças nunca me iludiram!
Olha, amor, fui sublime em paciência:
Pura, inocente, ouvindo sem desdém,
Os insultos cruéis que recebi!...
Não devia doer-me a consciência...
- Nunca a ti o direi nem a ninguém,
Mas foi por te não ver que mais sofri! -
In "O Meu Desejo"
Editora Educação Nacional
Isaura Matias de Andrade
(1908-199_)
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