FLORES DO VERDE PINHO
Ó meu jardim de saudades,
Verde catedral marinha
E cuja reza caminha
Pelas reboantes naves…
Ai flores do verde pinho,
Dizei que novas sabedes
Da minha alma, cujas sedes
Me perderam no caminho!
Revejo-te e venho exangue;
Acolhe-me com piedade,
Longo jardim de saudade
Que me puseste no sangue.
Ai flores do verde ramo,
Dizei que novas sabedes
Da minha alma, cujas sedes
Ma alongaram do que eu amo!
- A tua alma em mim existe
E anda no aroma das flores
Que te falam dos amores
De tudo o que é lindo e triste.
A tua alma, com carinho,
Eu guardo-a e deito-a, a cantar,
Das flores do verde pinho
- Àquelas ondas do mar.
In “País Lilás, Desterro Azul”
Sociedade Editora Portugal-Brasil
Afonso Lopes Vieira
(1878-1946)
. Mais poesia em
. Eu li...
. Recordando... Afonso Lope...