ESTA SEDE DE QUEM BEBE
... esta sede de quem bebe
o acto apenas de beber
... insaciável fonte!...
nada mais-me nu...
que este ter-que-ser que sou
... e me espero ao fim!...
... o limiar de cada coisa
por que passo adentro em mim
... num vaivém fraterno!...
... este rio-enchente
de loucas fúrias amores
... que de mim faz Voz!...
... a melancolia
de quem sofre até à loucura
... sem que nelas tombe!...
mesmo que não o quisesse.
- e não nunca o quererei -
meu destino é sê-lo!
A Sabia Ignorância
In “Haï-Cantos” Volume XI
Instituto Piaget
A. Oliveira Cruz
(N.1945)
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