ENLEIOS
Que direi de enleios,
galanteios ternos
prematuro voo
da miragem tonta?
Onde estão represos
os murmúrios de água
deslizando lenta
no dossel dos montes?
Já não sinto as aves
nem sequer as penas
adejando soltas.
Quanto às águas sei
ir morrer de sede
mesmo vendo as fontes.
In “Périplo”
Edições Húmus - 2009
Edgar Carneiro
(1913-2011)
UM MALMEQUER
Uma a uma cortei
do malmequer
as pétalas macias
não pra saber
se bem ou mal me queres
mas pra sentir nos dedos
a seda do teu corpo.
In "Depois de Amanhã"
Editora Campo das Letras - 2003
Edgar Carneiro
(1913-2011)
FLORES PARA MORTOS
Não se comem lírios,
Nem cravos e rosas.
De contrário, os poetas
Não as escolhiam
Para as suas glosas.
Nem as flores seriam,
Agora mais raras,
Cobertura fácil
Para as campas rasas.
In “A Faca No Pão”
Editora & etc - 1981
Edgar Carneiro
(1913-2011)
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