Domingo, 13 de Setembro de 2015

Recordando... Castro Reis

MULHER TRANSMONTANA

 

A minha Mãe

e a todas as

mulheres transmontanas

 

Teu berço foi Trás-os-Montes,

Tua raça não engana!…

Aonde quer que te encontres

Dás sinais de transmontana!

 

Trazes no sangue a correr

Rios de sol e pujança!…

E tens nos olhos a arder

A chama viva da esp’rança!

 

Mulher e mãe-heroína,

Sem medalhas nem louvores!…

O teu exemplo ilumina

– P’la raíz das tuas dores!…

 

Gerou-te o frio e o calor

Em extremos de amargura!…

A terra te exige amor

– Quer na fome ou na fartura!

 

Teu rosto cheio de rugas

E as tuas mãos calejadas!…

Mostram a luta, sem fugas,

Dos serões e madrugadas!…

 

A neve e o sol te queimaram

Em gelras de vida amarga!…

Maus tempos te fustigaram:

– Mulher-carne, mulher-fraga!

 

Teu berço foi Trás-os-Montes,

Tua raça não engana!…

Aonde quer que te encontres

Não negas que és transmontana!

 

Belver – Carrazeda de Ansiães

Agosto de 1982

 

In “O Grito das Fragas” – Julho 1983

Edição do Grupo de Acção Recreativa

e Cultural Semente Nova (GARC)

 

Castro Reis

(1918-2007)

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Sexta-feira, 1 de Março de 2013

Recordando... Castro Reis

IMAGEM DE TRÁS-OS-MONTES

 

Tua imagem, Trás-os-Montes,

– Painel de encanto e beleza:

É lindo altar de horizontes

Onde Deus tem sua mesa!

 

És formosa Região

Por muitos desconhecida!

Mas que vivem do teu pão

– Que é teu suor, sangue e vida!

 

Desde o Barroso ao Marão,

Vila Real a Bragança:

São terras de amargo pão

Onde não chega a mudança!

 

No teu espaço bendito

Há negros véus de tristeza!

Teus colossos de granito

São grito da Natureza!

 

Ergues a voz, como lança,

Num sonho sem dimensão!

Teu povo perdeu a esp’rança

Do sol da libertação!…

 

Continuas, tristemente,

Preso aos grilhões do passado!…

Tão escrava é tua gente

Que vive e morre a teu lado!…

 

Não tens praias nem tens mar

Como certa gente teima:

– Mas tens o sol da montanha

Que também bronzeia e queima!

 

Tens barragens e tens minas

Que te elevam às alturas!…

Tu, que o País iluminas

– Quase vives às escuras!…

 

Alto Douro e Trás-os-Montes

Pelos seus dons naturais…

São maravilhosas fontes

De riquezas nacionais!…

 

Trás-os-Montes, doce apego

Tem por ti meu coração!

Tu és, na paz e sossego:

– Catedral de Solidão!

 

Reino de Montes e serras,

De giestas e fragal!…

Tu és, com teu rol de terras:

Cabeça de Portugal!

 

 

Belver – Carrazeda de Ansiães

Agosto de 1981

 

In “O Grito das Fragas” – Julho 1983

Edição do Grupo de Acção Recreativa

e  Cultural Semente Nova (GARC)

 

Castro Reis

1918 – 2007

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Domingo, 25 de Setembro de 2011

Recordando... Castro Reis

DILEMA

 

Principio a escrever este poema,

Porque a escrever as horas são mais breves…

Escrevo, nesta hora, por dilema

De penas que não são para mim levas!...

 

Sinto que algo me prende e que me algema,

Longos são os momentos, por mais breves…

É esta a razão forte e suprema,

Porque tu, pobre poeta, agora escreves!...

 

Mas valerá a pena eu escrever,

Estragar tantas folhas de papel,

Se tudo, será pois, para esquecer?!...

 

Coragem, meu poeta, aceita a Vida,

Quer ela seja doce ou seja fel,

Vale a pena, medita, de Alma erguida!

 

 

In ”Esta Cidade Que Eu Amo”

Edição do Grupo de Acção Recreativa

e  Cultural Semente Nova (GARC)

Agosto de 1985 – Porto

 

Castro Reis

1918 – 2007

 

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Segunda-feira, 21 de Março de 2011

Recordando... Castro Reis

CATEDRAL DE POESIA

 

Meu Porto, de António Nobre,

Garrett e Júlio Dinis.

De Louros o Céu te cobre,

– Que fosses grande Deus quis!

 

De Augusto Gil foste berço

E de Ramalho Ortigão.

E, entre outros de alto apreço,

Do grande Raúl Brandão!

 

E de tantos que te amaram

Enaltecendo o teu chão:

Não sendo filhos, provaram

Que o foram p’lo coração!

 

P’las tuas páginas de ouro

De rutilantes clarões:

Tu és Sagrado Tesouro

Desta Pátria de Camões.

 

Cidade feita de encanto,

Eu te exalto de alegria.

Ao teu nome ergo o meu canto,

– És Catedral de Poesia!

 

 

In ”Esta Cidade Que Eu Amo”

Edição do Grupo de Acção Recreativa

e  Cultural Semente Nova (GARC)

Agosto de 1985 – Porto

 

Castro Reis

1918 – 2007

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Quinta-feira, 24 de Dezembro de 2009

Recordando... Castro Reis... Poeta do Séc. XX

APELO DE NATAL

 

Irmãos, filhos de Deus, povos do Mundo,

Eu vos lanço este apelo universal:

Vamos erguer a voz, gritar bem fundo,

Dizer a todo o mundo, que é Natal!

 

Que é tempo de Concórdia, Paz e Amor,

De acabar com as guerras e vinganças!...

Pôr termo ao mal da droga, à fome e à dor,

À chacina de jovens e crianças!

 

Não podemos deixar que isto aconteça,

É urgente acabar com tudo isto!...

Pensar que a Humanidade assim padeça

É sentir, que de novo, matam Cristo!

 

Senhores dos milhões, vosso dinheiro,

Porque não remedeia tanto mal?!...

Fazei com ele a Paz do Mundo inteiro,

Que só assim, então, será Natal!

 

 

Natal de 1990

 

In “Etéreas Sinfonias do Natal”

Edição do Autor – 1997

 

Castro Reis

1918 – 2007

 

 

sinto-me: Radiante Sempre...
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