À MEMÓRIA DE MINHA MÃE
Morreste, minha Mãe, Deus quis assim
Pôr fim à tua dor e sofrimento!...
A vida te foi dura e bem ruim,
Mas terminou, enfim, o teu tormento!...
Sei que bem longe agora, estás de mim,
E que apenas nos une o pensamento!...
Sem ti, ó minha Mãe, em dor sem fim,
Sou mais pobre, a partir deste momento!...
Não torno mais a ler-te os versos meus,
Nem a enxugar o pranto aos olhos teus,
Nem minha dor, ó Mãe, jamais te inquieta!...
Deus te compense e dê paz lá no Céu,
Porque foi no teu ventre que nasceu
Um filho, que Deus quis fosse Poeta!...
In “Esta Cidade Que Eu Amo” – Porto – 1985
Edição do Grupo de Acção Recreativa
e Cultural Semente Nova (GARC)
Castro Reis
1918 – 2007
NATAL URGENTE
São tantos os Natais que tenho escrito,
Mensagem de Natal p'ra toda a gente!
Que não posso conter este meu grito
De escrever mais este Natal Urgente!...
Sinto estalar-me o peito de amargura,
De tanta imagem triste de Natal!
Domina a violência e a loucura
Neste mundo terrível e brutal!...
Não há paz, só há guerra, fome e dor,
E os homens não se entendem afinal!
Campeia a morte, o medo e o terror,
Num cortejo de sangue crucial!...
O mundo não entende, por maldade,
Que o Natal é – Amor, Fraternidade,
Sempre e em todo o tempo, por igual!...
Que este Natal desperte bem profundo,
E deixem de existir por todo o mundo,
- Assassinos da Paz e do Natal!
Natal de 1992
In “Etéreas Sinfonias de Natal”
Edição do Autor
Castro Reis
1918 – 2007
DÁDIVA DIVINA
Como é grande o valor da Natureza
E tudo quanto a Mão de Deus criou…
O mais pequeno ser, nos dá certeza
Da grandeza divina que o moldou!...
Obra de maravilha e de Beleza,
Grande foi o Amor que a inspirou…
Toda da Obra de Deus é chama acesa
Que a Natureza Mãe, eternizou!...
E dessa Obra prima, de esplendores:
Nasceram rios, árvores e flores,
Aves, astros e coisas divinais!...
Mas de tanta grandeza concebida
Com que Deus quis dar vida à própria Vida:
– Ter nascido Poeta, é muito mais!
In “Esta Cidade Que Eu Amo” – 1985
Castro Reis
1918 – 2007
ESTA CIDADE QUE EU AMO
Esta cidade que eu amo,
Minha cidade natal:
É a cidade a que eu chamo
– A Alma de Portugal!
Cidade que me foi berço,
Onde cresci, me fiz homem…
Nela acordo e adormeço
Sonhos que lembro e esqueço
– Que os sonhos doem, consomem!
Minha Cidade Tripeira,
Meu Porto, audaz e altruísta…
No teu grito, de alma inteira,
Se ergue a divisa altaneira
Da tua Gente bairrista.
Ó minha Cidade Invicta,
«Mui Nobre, Sempre Leal»
És coração, onde habita,
A chama ardente, bendita,
– Que deu nome a Portugal.
In “Esta Cidade Que Eu Amo”
Castro Reis
1918 – 2007
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