OUTRA INSÓNIA
ah noites lutando com polifemos
longas disputas com gnomos
sobre tudo o que nós fomos
e dissemos
ah noites em que me grito
como este mar sem repouso
nada tenho e não me tens
oiço apenas vagaroso
o carro do infinito
em que vinhas
mas não vens
In "Desesperânsia" - 2.ª edição
Corpos Editora
Anthero Monteiro
N. 1946
DEFESA
ah esta velha mania
de prolongar na noite o parco dia
e rebuscar na solidão maior
remédio
para o tédio
e para a dor
ah esta velha doença
de alinhar sinónimos de fel
ao longo do papel
e de gravar sinais de desvario
de loucura e de frio
nesta segunda pele
com a crença
de que a estrutura em verso
defendendo o meu íntimo vazio
suportará o peso do universo
In “Desesperânsia”
Corpos Editora
Anthero Monteiro
N. 1946
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