CALA-TE, A LUZ ARDE ENTRE OS LÁBIOS
Cala-te, a luz arde entre os lábios,
e o amor não contempla, sempre
o amor procura, tacteia no escuro,
esta perna é tua?, é teu este braço?,
subo por ti de ramo em ramo,
respiro rente à tua boca,
abre-se a alma à língua, morreria
agora se mo pedisses, dorme,
nunca o amor foi fácil, nunca,
também a terra morre.
[Matéria Solar – XXV]
In “Antologia Breve”
5ª ed. – Outubro.1985
Editora Limiar
Eugénio de Andrade **
(1923-2005)
** Pseudónimo de José Fontinhas
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