AMAR-TE CORPO A CORPO
Se é esta a doce lei que eu imagino
do amor que nos impõe o seu ditado,
amar-te corpo a corpo é o meu fado
E amarrar-me a ti o meu destino
sentir a própria alma em carne viva
respirar boca a boca e nesse jogo
atravessar-me em fogo no teu fogo
e alimentá-lo a beijos e saliva
se mais atino quando desatino
por meus jeitos de amor alvoroçado
é no alto mar revolto e desmaiado
que entre peripécias loucas me declino,
sendo cada carícia a mais lasciva
a inventar seus rumos afinal
na pura escuridão, na mais carnal,
que me cativa a mim e te cativa
entre as línguas, os sorvos, as gargantas,
doces gemidos, ternas resistências
e violências brandas, impaciências,
e tantas mais caricias, tantas, tantas
In “A Puxar Ao Sentimento”
Quetzal Editores
Vasco Graça Moura
(1942-2014)
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