VAI-SE A LASCIVA MÃO
vai-se a lasciva mão devagarinho
no biquinho do peito modelando
como nuns versos conhecidos quando
uma mulher a meio do caminho
era de vento e nuvens, sombras, vinho,
e sonoras risadas como um bando.
os dedos lestos vão desenredando
roupa, cabelos, fitas, desalinho.
a noite desce e a nudez define-a
por contrastes de luz e de negrume
ponto por ponto, alínea por alínea.
memória e amor e música e ciúme
transformados nos cachos da glicínia,
macerando no verão sombra e perfume.
In "Eros de Passagem, Poesia Erótica Contemporânea",
Selecção e prefácio de Eugénio de Andrade,
Ed. Campo das Letras - 1997
Vasco Graça Moura
(1942 - 2014)
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