SONETO XXXIX
Obrei quanto o discurso me guiava,
Ouvi aos Sábios quando errar temia;
Aos bons no gabinete o peito abria,
Na rua a todos como iguais tratava.
Julgando os crimes, nunca voto dava,
Mais duro ou pio do que a lei pedia;
Mas devendo salvar ao justo, ria,
E devendo punir ao réu, chorava.
Não foram, Vila Rica, os meus projectos,
Meter em férreo cofre cópia d’oiro,
Que farte aos filhos, e que chegue aos netos:
Outras são as fortunas que me agoiro,
Ganhei saudades, adquiri afectos,
Vou fazer destes bens melhor tesoiro.
In “Marília de Dirceu – Parte II”
Tomás António Gonzaga
(1744-1810)
. Mais poesia em
. Eu li...
. Recordando... Ricardo Gil...
. Recordando... Saúl Dias *...
. Recordando... Rui Miguel ...
. Recordando... Rui Pires C...
. Recordando... Sebastião d...
. Recordando... Augusto Mol...
. Recordando... Egito Gonça...
. Recordando... António Ram...
. Recordando... Maria Auror...