A UMA OVELHA
Entre as meigas ovelhas pobrezinhas
que eu guardo pelos montes, uma existe
que anda longe balindo, sempre triste,
e vive só das ervas mais sequinhas.
Que pressentes na alma? Que adivinhas?
Etérea voz de dor acaso ouviste?
Que foi que tu, nas nuvens, descobriste?
Não és irmã das outras ovelhinhas.
Sobes às altas fragas escarpadas,
e contemplas o sol que desfalece
e as primeiras estrelas acordadas...
E assim ficas a olhar o céu profundo:
faminta dessa relva que enverdece
os outeiros e os vales do outro mundo.
In “Vida Etérea” - 1906
Teixeira de Pascoaes **
** Pseudónimo literário de Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos
. Mais poesia em
. Eu li...
. Recordando... António de ...
. Recordando... Rosa Lobato...
. Recordando... Reinaldo Fe...
. Recordando... Fernando Na...
. Recordando... Norberto Ma...
. Recordando... Armando Vie...
. Recordando... Beatriz Arn...
. Recordando... A.M. Pires ...