O CÁRCERE DO EGOÍSMO
Um homem ontem vi, que estava preso
Numa prisão estranha.
- «Quem te prendeu?» - lhe perguntei surpreso.
- «Ninguém. Sou livre» E, numa rude sanha,
arrogante retruca: - «É puro engano!
O preso não sou eu. Tu é que vais,
às mãos do vil tirano,
preso e bem preso,
para sempre jamais»…
A todo o homem agrilhoa o jugo
do egoísmo.
Mas – forte vezo,
incônscio servilismo! –
a garra adunca
dum tal verdugo
nos outros vemo-la. E em nós mesmo? – Nunca.
In “Do Homem e da Terra” – Poemas – 1932
Edições “Brotéria” – Lisboa
Serafim Leite
(1880-1969)
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