SAIU COMIGO A NOITE
Saiu comigo a noite
pela estrada do destino desdobrada
saiu comigo a espera
na esquina do tempo arquitectada.
Caminhei pensamentos de miséria
no espaço dos horários
cresci na volta a forma que me dera
em ritos funerários.
Chamei a água viva do agora
num frasco sem remédio
e revi-me espectro folha da memória
à beira deste tédio.
Ai quanto peso de olhos abafado
se riu na sombra
do vinho face gesto deste fado
que a dor assombra.
Ai de quanto sórdido lugar onde se mente
em voz de mitos
pisam meus pés aqui tão castamente
os infinitos.
In "Obra Poética, 1957-1971 "
INCM - Imprensa Nacional-Casa da Moeda
Salette Tavares
(1922-1994)
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