POEMA QUASE APOSTÓLICO
Está sereno o poeta
Desprende-se-lhe dos ombros e cai
depois em pregas por ele abaixo a manhã
Não pertencem ao dia os gestos que ele tem
não morreram na noite seus assombrosos passos
Dizem que ele volta a pôr em movimento a roda
de crianças de atitudes desmedidas
que o vento varreu e parque algum queria
E abre os braços para deixar cair na cidade
um ano favorável ao senhor
E põe o rosto do senhor por trás das suas palavras
Elas decerto o hão-de dar a quem as demandar
In "Cidadão de longe e de ninguém"
Antologia Poética
Círculo de Leitores
Ruy Belo
(1933-1978)
. Mais poesia em
. Eu li...
. Recordando... Alexandra M...
. Recordando... Francisca d...
. Recordando... Hélia Corre...
. Recordando... Isabel Gouv...
. Recordando... Hélder Maga...
. Recordando... Irene Lisbo...
. Recordando... Joaquim Nam...
. Recordando... Joaquim Man...
. Recordando... Mário de Sá...
. Recordando... Miguel Torg...