NOSTALGIA
Tinha saudades do fato
De hora a hora, roto e sujo,
A que esse andar de marujo
Dava jeitos de retrato.
De certos modos grosseiros
E bruscos, tinha saudade
E daqueles companheiros
Rudes, maus, mas verdadeiros
Como a sua mocidade.
Saudades do tempo incerto
Sem livros, sem oficina.
Em que o mundo era uma esquina
Hoje longe, amanhã perto…
Daquela música triste
Que só da sombra nos chama…
Existe a paixão? Existe.
E há leitos de urze e de lama…
Olhos vítreos de cansaço?
Mão pesada? Negras unhas?
Mas que paz naquele abraço.
Noite alta, sem testemunhas!
In “Miserere” – 1948
Editora Portugália
Pedro Homem de Mello
1904 – 1984
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