TODAS AS COISAS REVÊM A SEU TERMOS
Todas as coisas revêm a seu termos
se mantido o começo
o seu (de cada uma) pedúnculo,
sinal; fiel a si só quem outrem ladeia
no recreio de achá-lo só contíguo
ao desejado, o longes,
desfeitos assim lios, tramas
(ter, ter, só do engano e não da jorna).
Que, sob a mesma traça,
mão que desenhe o sacro de seu nome
praça de si condigna queira
e laude como, à ida,
e perseguindo a encoberta desavinda vinda,
a pele lhe não foi raias de mortal.
Onde achar paradouro do ir indo
que as mesmas vascas agasalhe e cumpra?
O olhar permutado, a líquida juntura
não congelada porque bem fugida,
o integral dum sim já denegado,
o tão de si senhor que em desistir-se tento tenha
e embrumado (nunca por nunca certo)
vagueie um solidíssimo ficar?
Conjugar montaria sem quebreiras
no quadrado de cama jugulada,
(a terra em trevas);
amar redondo (em giração) e a eito;
casal que por fendido
a casa casta aberta e hoste rotornante
pátria dos pés crescentes caminheiros faça."
In “Desescrita”
Editora Afrontamento
Maria Velho da Costa
(1938-2020)
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