SER POETA E TRIPEIRO
É perceber o que dizem as ondas do mar
É responder ao pássaro que nos vem acordar
É olhar as nuvens que correm no céu
É saber em qual delas o sol se escondeu.
É perceber o silêncio da saudade
É responder com um sorriso de amizade
É olhar a lágrima que corre no rosto
É saber, nos lábios, qual é o seu gosto
É pôr no papel tudo o que se sente
É conseguir mudar a verdade que mente
É acreditar que é bom tudo á nossa volta
É fazer poemas com letras de revolta
É ser cinza como o granito
É ter olhos cor de esperança
É chorar o meu PORTO e achá-lo bonito
É correr nas ruas como se fosse criança
É ver o DOURO morrer na FOZ
E transformar o seu grito
Na Nossa Própria Voz.
In “Nobre Povo”
Edições Gailivro 2008
Maria de Lourdes dos Anjos
(N.1950)
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