SOMBRAS
Passa uma sombra, que se desvanece...
Logo outra avança rápida e fluctua...
Á luz do sol ou ao palor da lua,
Se uma sombra se apaga, outra aparece.
No caminho da vida que alvorece
Ou quando a mocidade já recua,
Numa floresta ou numa estrada nua,
Surge sempre uma sombra, que estremece...
Sombras?... Eu também sigo a que me enleva
E me acompanha – misterioso apelo
Sigo-a se é dia claro e em plena treva...
Mas a sombra tem vulto?... Deve tel-o.
Meu olhar assustado não se eleva...
Tenho medo?... Não sei. Não quero vel-o.
In “Contemporanea”
Ano I – Volume II – Nº 5 – Ano 1922
Pág. 50
Maria Carvalho
1847 – 1921
Grafia original
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