O MEU CHINEZ
Nos olhos de sêda
traçados em viez,
tem um ar tão sensual
o meu Chinez…
Vive sobre uma almofada
de setim bordada,
pintado a côres.
Às vezes
numa ansia inquieta
que eu não mitigo,
e que me domina,
num sonho de poeta
ou de heroina,
fujo levando
o meu Chinez comigo!
E lá vamos!
Nem eu sei
para que alcovas orientais,
em que paizes distantes,
realisar
as horas sensuaes,
as horas delirantes
com que eu sonhei…
. . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Eu e o meu Chinez
temos fugido tanta, tanta vez!
In “Contemporanea”
Ano I – Volume II – Nº.6 - Ano 1922
Pág. 128
Mantém a grafia original
Judith Teixeira **
(1880-1959)
** Judite dos Reis Ramos Teixeira
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