VAGABUNDO
E já sem alma, morto o sentimento
No seu destino incerto pelo mundo
Tem o amargo sorrir do vagabundo
Que despreza o seu próprio sofrimento.
E já não sente algum encantamento,
E não o aquece a luz do sol fecundo.
Morreu no seu olhar, triste e profundo,
O sonho que durou um só momento.
Existe na aridez da sua vida
Uma mágoa sem nome, incompreendida,
Que o faz tão só, seguindo para além…
É destino cruel não ser amado.
Mas sofre mais, é mais atormentado
Aquele que não pode amar ninguém.
In “Para além…“
Edição do Autor
Funchal - 1942
Florival de Passos
(1915-1989)
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