INÊS DE MANTO
Teceram-lhe o manto
para ser de morta
assim como o pranto
se tece na roca
Assim como o trono
e como o espaldar
foi igual o modo
de a chorar
Só a morte trouxe
todo o veludo
no corte da roupa
no cinto justo
Também como o choro
lhe deram um estrado
um firmal de ouro
o corpo exumado
O vestido dado
como o choravam
era de brocado
não era escarlata
Também de pranto
a vestiram toda
era como um manto
mais fina que a roupa
In “Barcas Novas”
Editora Ulisseia
Fiama Hasse Pais Brandão
(1938-2007)
. Mais poesia em
. Eu li...
. Recordando... Maria Amáli...
. Recordando... Guerra Junq...
. Recordando... Joaquim Pes...
. Recordando... Isabel Gouv...
. Recordando... Tiago Araúj...
. Recordando... Alfredo Ped...
. Recordando... Cecília Vil...
. Recordando... Alexandre O...