NO FIM DO MUNDO DE TUDO
No fim do mundo de tudo
Há grandes montes que têm
Ainda além para além –
Um grande além mago e mudo.
São paisagens escondidas
Que são o que a alma quer.
Ali ser, ali viver
Vale por vidas e vidas.
Todos nós, que aqui cansamos
A alma com a negar,
Nesse momento de sonhar
Ali somos, ali estamos.
Mas, depois, volvidos onde
Há só a vida que há
Vemos que ante nós está
Só o que vela e que esconde.
Só dormindo os horizontes
Se alargam e há a visão
Dos montes que ao fundo estão
E o saber do além dos montes.
19-5-1934
In “Poemas Esotéricos - Fernando Pessoa” – 1ª edição Abril.2014
Edição de Fernando Cabral Martins e Richard Zenith
Assírio & Alvim
Pág.131
Fernando Pessoa
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