QUANDO ESTOU SÓ RECONHEÇO
Quando estou só reconheço
Se por momentos me esqueço
Que existo entre outros que são
Como eu sós, salvo que estão
Alheados desde o começo.
E se sinto quanto estou
Verdadeiramente só,
Sinto-me livre mas triste.
Vou livre para onde vou,
Mas onde vou nada existe.
Creio contudo que a vida
Devidamente entendida
É toda assim, toda assim.
Por isso passo por mim
Como por cousa esquecida.
9-8-1931
In “Novas Poesias Inéditas – Fernando Pessoa”
Direcção, recolha e notas de Maria do Rosário Marques Sabino
e Adelaide Maria Monteiro Sereno
Editora Ática - 1993 - 4ª ed.
Fernando Pessoa
(1888-1935)
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