DO OUTRO LADO DO RIO
Do outro lado do rio
cada voz é um poema.
Faz o barqueiro um desvio
vai-e-vem rema-que-rema
Ao outro lado do rio.
Todo o sol, a névoa, a noite
me condensa esta saudade
Nada impede que me afoite
em resguardos sem verdade,
ao outro lado, pela noite
Surgem estrelas nas mágoas,
nas mágoas do meu desterro:
atravessar estas águas
e reparar o meu erro
(o meu erro e as suas mágoas).
Do outro lado do rio
que imenso reino para mim
Aqui tenho fome e frio
Aqui para onde vim
Do outro lado do rio.
Guardo o sol na minha mão,
Fechado que mais não tenho.
Os meus sonhos onde irão,
Sendo eu aqui um estranho,
Um sol fechado na mão?
Coordenadas Líricas
In “Lisboa Com Seus Poetas”
Publicações Dom Quixote
Fernanda Botelho
(1926 – 2007)
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