E POR VEZES
E, por vezes, as noites duram meses
E, por vezes, os meses oceanos
E, por vezes, os braços que apertamos
Nunca mais são os mesmos. E, por vezes,
Encontramos de nós em poucos meses
O que a noite nos fez em muitos anos
E, por vezes, fingimos que lembramos
E, por vezes, lembramos que, por vezes
Ao tomarmos o gosto aos oceanos
Só o sarro das noites, não dos meses
Lá no fundo dos copos encontramos
E, por vezes, sorrimos ou choramos
E, por vezes, por vezes, ah! Por vezes,
num segundo se evolam tantos anos.
In “Matura Idade”
Editora Arcádia
David Mourão-Ferreira
(1927-1996)
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