MULHER TRANSMONTANA
A minha Mãe
e a todas as
mulheres transmontanas
Teu berço foi Trás-os-Montes,
Tua raça não engana!…
Aonde quer que te encontres
Dás sinais de transmontana!
Trazes no sangue a correr
Rios de sol e pujança!…
E tens nos olhos a arder
A chama viva da esp’rança!
Mulher e mãe-heroína,
Sem medalhas nem louvores!…
O teu exemplo ilumina
– P’la raíz das tuas dores!…
Gerou-te o frio e o calor
Em extremos de amargura!…
A terra te exige amor
– Quer na fome ou na fartura!
Teu rosto cheio de rugas
E as tuas mãos calejadas!…
Mostram a luta, sem fugas,
Dos serões e madrugadas!…
A neve e o sol te queimaram
Em gelras de vida amarga!…
Maus tempos te fustigaram:
– Mulher-carne, mulher-fraga!
Teu berço foi Trás-os-Montes,
Tua raça não engana!…
Aonde quer que te encontres
Não negas que és transmontana!
Belver – Carrazeda de Ansiães
Agosto de 1982
In “O Grito das Fragas” – Julho 1983
Edição do Grupo de Acção Recreativa
e Cultural Semente Nova (GARC)
Castro Reis
(1918-2007)
. Mais poesia em
. Eu li...
. Recordando... Maria Teres...
. Recordando... David Mourã...
. Recordando... Carlos Mari...
. Recordando... Adolfo Casa...
. Recordando... Artur do Cr...
. Recordando... Domingos Ca...
. Recordando... Cecília Vil...
. Recordando... Alice Vieir...
. Recordando... D. Francisc...