DESPEDIDA
À memória do Sebastião da Gama
Feridas por mistério, emudeceram
todas as vozes, quando se quebrou
a amarra de navio que te prendia.
À beira cais alaram-se gaivotas
e o nevoeiro, após, tudo envolveu.
«Que é de ti, meu amor?» – e os olhos dela
repetiam, brilhando: «Que é de ti?».
No sorriso sem fim da tua boca
a memória do amor existiria?
Quase a teus pés choravam duas velas,
exaustas, já desfeitas, desoladas...
E as tuas mãos, longínquas e cruzadas.
extinguiam-se com elas.
Fevereiro de 52.
In “ÁRVORE ”
Folhas de Poesia
Direcção e Edição de António Luís Moita, António Ramos Rosa,
José Terra, Luís Amaro, Raul de Carvalho
2.° Fascículo - Inverno ele 1951-52
Pág. 90
António Luís Moita
(1925-2013)
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