AO CAIR DA TARDE
Comungo luz ao sol poente em frizos de oiro.
Todo o meu Ser regressa a mim para voar…
Abranjo-me de mim. Rezo-me em sombra, a arfar
No meu olhar teu riso enferma em rosas de oiro.
Nos meus braços em cruz, perdido de ânsia expiro…
E quem encerrará meus olhos fitos longe?
A minha alma depois divagará em monge
Na voz doce, febril, das fontes que deliro.
Desce por mim a tarde… enluto o teu olhar…
Tudo perdi… sou claustro… ardo em meu Ser a orar,
E o meu olhar abraça um horizonte em calma…
Tarde!… roxa presença… enroxecendo ensombra…
Virgem do meu Sonhar… Freira dos véus de sombra…
Velhinha que teceu a ideia da minha alma!
In “O Occidente”
Revista Illustrada de Portugal e do Estrangeiro
Nº 1276 - 10 de Junho de 1914
Pág. 183
Alfredo Pedro Guisado
(1891-1975)
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