NOITE PERDIDA
Coitado do Rouxinol!
Passou a noite ao relento,
Do pôr ao nascer do Sol,
Sem descansar um momento,
Sempre a cantar, sem dormir,
Absorto no pensamento
De ver uma Rosa a abrir...
Coitado do Rouxinol!
Passou a noite ao relento,
Do pôr ao nascer do Sol,
Sempre a cantar, sem dormir...
Mas o mísero – coitado!
Cantando tão requebrado,
Com tal cuidado velou,
Que adormeceu de cansado,
E os olhos tristes cerrou
No minuto, no momento
Em que ao luar e ao relento
A Rosa desabrochou...
Coitado do Rouxinol!
Com tal cuidado velou
Do pôr ao nascer do Sol,
E tanto, tanto cantou,
A noite inteira ao relento,
Que de fadiga e tormento,
Sem descansar, sem dormir,
Fecha os olhos, perde o alento
No minuto, no momento
Em que a Rosa vai abrir...
Coitado do Rouxinol!
In “Leituras”
2º Tomo – 1ª Edição
Tip. Silvas, Lda.
António Feijó
1859 – 1917
. Mais poesia em
. Eu li...
. Recordando... Ricardo Gil...
. Recordando... Saúl Dias *...
. Recordando... Rui Miguel ...
. Recordando... Rui Pires C...
. Recordando... Sebastião d...
. Recordando... Augusto Mol...
. Recordando... Egito Gonça...
. Recordando... António Ram...
. Recordando... Maria Auror...