SONETO DO CATIVO
Se é sem dúvida Amor esta explosão
de tantas sensações contraditórias;
a sórdida mistura das memórias,
tão longe da verdade e da invenção;
o espelho deformante; a profusão
de frases insensatas, incensórias;
a cúmplice partilha nas histórias
do que os outros dirão ou não dirão;
se é sem dúvida Amor a cobardia
de buscar nos lençóis a mais sombria
razão de encantamento e de desprezo;
não há dúvida, Amor, que te não fujo
e que, por ti, tão cego, surdo e sujo,
tenho vivido eternamente preso!
David Mourão Ferreira
1927 – 1996
In "Os Quatro Cantos do Tempo"
. Mais poesia em
. Eu li...
. Recordando... Ricardo Rei...
. Recordando... Alexander S...
. Recordando... Fernando Pe...
. Recordando... Alberto Cae...
. Recordando... Álvaro de C...
. Recordando... José Terra ...
. Recordando... Vergílio Fe...
. Recordando... Luís Veiga ...
. Recordando... Manuel Antó...