AVÓS SEM NOME
Se há no meu sangue avós batalhadores,
Se deles trago as veias requeimadas,
Também os há humildes lavradores,
De quem repito as duras caminhadas!
Avós sem nome, doces, cismadores,
Velando fundo sobre as madrugadas,
Quando a manhã mostrava os seus alvores,
Já iam de charruas levantadas.
Ganhou-se Portugal por duas vezes!
Se os meus Avós de espada, na primeira,
O deixam já nascido e baptizado.
Os outros, os bisonhos camponeses,
Ganharam-no depois pela sementeira,
Tornando-o mais de todos com o arado!
António Sardinha
1887 - 1925
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