O TEMPO
Homens, ouvi-me! Eu chamo-me o Presente.
Sou como a grão de trigo; se no mundo
me semeais no Bem, nasço e fecundo
a Eternidade de que sou semente.
Mas se me esperdiçais incautamente
em frívolas acções, sou infecundo;
caio no vácuo, vou parar ao fundo
da vida estéril que perturba a mente.
Maldito o homem que me arroja adrede
nos desertos do Mal! Ó loucos crede
que a Justiça não tarda, e que anoitece...
Some-se o Tempo. O que o homem faz não passa:
nas mãos de Deus, por bem ou por desgraça,
eternamente imóvel permanece.
(In Livro "do HOMEM e da TERRA")
1932 - Edições "Brotéria" - Lisboa
Serafim Leite
1880 - 1969
. Mais poesia em
. Eu li...
. Recordando... António de ...
. Recordando... Rosa Lobato...
. Recordando... Reinaldo Fe...
. Recordando... Fernando Na...
. Recordando... Norberto Ma...
. Recordando... Armando Vie...
. Recordando... Beatriz Arn...
. Recordando... A.M. Pires ...