DENTRO DA PEDRA
Cedo ao rastro de restos que
me tenta até ti
(pernas de nylon vazias
sapatos
desafogados)
metades desirmanadas que
arrumo no poema. Posso
disturbar
o teu espaço? Entrar e ficar a ver?
Estás
sob a linha d'água
(gume
que fere o mamilo)
como um escultor pergunto
com a precisão de poros
pela
mulher dentro da pedra.
Desenrolas da torneira o
novelo que te veste
(o
corpo em repouso contem
a soma dos movimentos)
lavo-te
até ao teu cheiro até
respirar de ti
o
perfume verdadeiro.
In “Rés-do-Chão”
Editora Gótica
João Luís Barreto Guimarães
N. 1967
. Mais poesia em
. Eu li...
. Recordando... Ricardo Gil...
. Recordando... Saúl Dias *...
. Recordando... Rui Miguel ...
. Recordando... Rui Pires C...
. Recordando... Sebastião d...
. Recordando... Augusto Mol...
. Recordando... Egito Gonça...
. Recordando... António Ram...
. Recordando... Maria Auror...