DENTRO DA PEDRA
Cedo ao rastro de restos que
me tenta até ti
(pernas de nylon vazias
sapatos
desafogados)
metades desirmanadas que
arrumo no poema. Posso
disturbar
o teu espaço? Entrar e ficar a ver?
Estás
sob a linha d'água
(gume
que fere o mamilo)
como um escultor pergunto
com a precisão de poros
pela
mulher dentro da pedra.
Desenrolas da torneira o
novelo que te veste
(o
corpo em repouso contem
a soma dos movimentos)
lavo-te
até ao teu cheiro até
respirar de ti
o
perfume verdadeiro.
In “Rés-do-Chão”
Editora Gótica
João Luís Barreto Guimarães
N. 1967
. Mais poesia em
. Eu li...
. Recordando... Alexandra M...
. Recordando... Francisca d...
. Recordando... Hélia Corre...
. Recordando... Isabel Gouv...
. Recordando... Hélder Maga...
. Recordando... Irene Lisbo...
. Recordando... Joaquim Nam...
. Recordando... Joaquim Man...
. Recordando... Mário de Sá...
. Recordando... Miguel Torg...