OFÍCIO DE AMAR
Já não necessito de ti
tenho a companhia nocturna dos animais e a peste
tenho o grão doente das cidades erguidas no princípio doutras
galáxias, e o remorso
um dia pressenti a música estelar das pedras abandonei-me ao silencio
é lentíssimo este amor progredindo com o bater do coração
não, não preciso mais de mim
possuo a doença dos espaços incomensuráveis
e os secretos poços dos nómadas
ascendo ao conhecimento pleno do meu deserto
deixei de estar disponível, perdoa-me
se cultivo regularmente a saudade do meu próprio corpo.
(O Medo – Contexto – Lisboa)
In “Ler Por Gosto”
Areal Editores
Al Berto
1948 – 1997
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