AO PORTO
Ó meu severo berço de granito!
(Este lembrar-te é um luar do fim?)
Vi os fiords – não valem o teu rio!
O melhor da tua força manda em mim.
A tua fala é um gume leal.
Avulso, o teu sabor independente,
amigo ou inimigo – uma só fé!
Quando a névoa te cobre – um rosto ausente.
In “Linha de Terra”
Editora Inquérito – Lisboa – 1951
António de Sousa
1898 – 1981
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