PALMEIRAS DA VELHA FOZ
Palmeiras da velha Foz
eu entendo o vosso adeus…
já do mar me chega a voz
a anunciar ter chegado
ao resto dos dias meus…
Como vós, cabelo ao vento,
espero o corte da serra
e sinto, a cada momento,
minhas raízes entrando
nos veios fundos da terra!
Saís da terá em morrendo,
se eu morro, prà terra vou…
no chão que deixais, me estendo…
ele me consome a vida,
em vós a vida criou!
Minhas velhas feiticeiras
banhadas pelo luar,
dizendo adeus às traineiras
e fazendo as vossas magias,
pra que elas possam voltar!
Como vós, eu fico ouvindo
os gritos vindos da bruma
que socorro estão pedindo.
Como vós sou impotente
e não faço coisa nenhuma!
Se elas não voltam, que dores!...
Que penas sinto pairar…
Sois mulheres de pescadores,
braços abertos com ira
rogando pragas ao mar.
In “Castelo de Legos” – Papiro Editora
Maria de Lurdes Moreira Martins
N. 1934
. Mais poesia em
. Eu li...
. Recordando... Carlos Ramo...
. Recordando... António Pin...
. Recordando... Sidónio Mur...
. Recordando... Margarida V...
. Recordando... Maria Velho...
. Recordando... Maria Irene...
. Recordando... João Rios *...