Sexta-feira, 30 de Setembro de 2022

Recordando... Manuela Amaral

NO DIA DE AMANHÃ

 

No dia de amanhã eu estarei acordada à minha espera.

 

NÃO QUERO QUE MAIS NINGUÉM ME ACORDE

SENÃO EU

 

Vou receber-me condignamente com todas as honras de um hóspede ilustre

 

Tomo um banho ou tomo um duche (não sei bem)

e ponho aquele vestido cor de luto eroticamente triste

 

À mesa ficarei sentada à minha direita (em sinal de respeito e educação) Vou falar sozinha de coisas que não existem Vou ter um sorriso social Hei-de falar do tempo do teatro do ballet da moda de Paris ou do último modelo do Toyota Vou ser cretina e idiota mas vou receber condignamente o meu hóspede ilustre - EU

 

No dia de amanhã eu estarei acordada à minha espera

 

e

 

NÃO QUERO QUE MAIS NINGUÉM ME ACORDE

SENÃO EU

 

In "Amor Geométrico"

Edição da Autora – 1979

 

Manuela Amaral

(1934-1995)

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Domingo, 25 de Setembro de 2022

Recordando... Jorge Vieira

MEU PORTO

 

Meu Porto, és o cordão umbilical,

Bem preso às raízes do meu ser;

És a minha linda cidade, a capital,

Aqui existo, aqui quero viver!.

 

Mesmo que a neblina ainda percorra,

Os limites deste infinito,

Que haja alguém a nascer ou que morra,

Serás o meu brasão e o meu grito.

 

Meu Porto, tens o velho casario,

Coberto de dores adormecidas

E na foz desse teu lindo rio,

Há lágrimas e dores já ressequidas.

 

Prisioneiro deste tempo que avança,

Trago em mim as franjas da Cultura,

A fé intensa e no peito a esperança,

Do raiar do sol à noite escura.

 

In "Manhãs Inquietas"

Mosaico de Palavras Editora

 

Jorge Vieira

(N.1952)

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Segunda-feira, 19 de Setembro de 2022

Recordando... Lília Tavares

CHOVO

 

Chovo

sentada dentro de mim.

Foste e contigo a tua pele

que me secava as lágrimas de silêncio.

Contigo foram as mãos, o abraço,

o beijo lavado e inteiro.

Da minha gruta já é doloroso sair.

Os meus olhos, outrora largos,

apertam-se para fugir à chama agressiva.

Estou fria e desabitada.

Vem.

Aqui o tempo partiu do tempo.

Só tu podes consertar os ponteiros despedaçados da

memória.

Contigo os ventos virão

e as aves que tinham desistido,

vão nidificar de novo no meu colo.

 

In “Parto com os Ventos”

Kreamus Editora

 

Lília Tavares

(N.1961)

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Terça-feira, 13 de Setembro de 2022

Recordando... João Apolinário

MÃE

 

Sei que mordia

nas horas doces

os doces seios

onde crescia.

 

Sei que exigia

meu chão de terra

a terra dura

onde corria.

 

Sei que fazia

coisas desfeitas

desfeitas coisas

que não devia.

 

Sei que esquecia

portas abertas

abertas portas

das quais saía.

 

Sei que queria

sabendo querer

querendo saber

sei que sabia.

 

In "O Poeta Descalço"

Editorial Fronteira

 

João Apolinário

(1924-1988)

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Segunda-feira, 12 de Setembro de 2022

Recordando... Teixeira de Pascoaes **

ELEGIA DO AMOR

I

 

Lembras-te, meu amor,

Das tardes outonais,

Em que íamos os dois,

Sozinhos, passear,

Para fora do povo

Alegre e dos casais,

Onde só Deus pudesse

Ouvir-nos conversar?

Tu levavas, na mão,

Um lírio enamorado,

E davas-me o teu braço;

E eu, triste, meditava

Na vida, em Deus, em ti…

E, além, o sol doirado

Morria, conhecendo

A noite que deixava.

Harmonias astrais

Beijavam teus ouvidos;

Um crepúsculo terno

E doce diluía,

Na sombra, o teu perfil

E os montes doloridos…

Erravam, pelo Azul,

Canções do fim do dia.

Canções que, de tão longe,

O vento vagabundo

Trazia, na memória…

Assim o que partiu

Em frágil caravela,

E andou por todo o mundo,

Traz, no seu coração,

A imagem do que viu.

Olhavas para mim,

Às vezes, distraída,

Como quem olha o mar,

À tarde, dos rochedos…

E eu ficava a sonhar,

Qual névoa adormecida,

Quando o vento também

Dorme nos arvoredos.

Olhavas para mim…

Meu corpo rude e bruto

Vibrava, como a onda

A alar-se em nevoeiro.

Olhavas, descuidada

E triste… Ainda hoje escuto

A música ideal

Do teu olhar primeiro!

Ouço bem tua voz,

Vejo melhor teu rosto

No silêncio sem fim,

Na escuridão completa!

Ouço-te em minha dor,

Ouço-te em meu desgosto

E na minha esperança

Eterna de poeta!

O sol morria, ao longe;

E a sombra da tristeza

Velava, com amor,

Nossas doridas frontes.

Hora em que a flor medita

E a pedra chora e reza,

E desmaiam de mágoa

As cristalinas fontes.

Hora santa e perfeita,

Em que íamos, sozinhos,

Felizes, através

Da aldeia muda e calma,

Mãos dadas, a sonhar,

Ao longo dos caminhos…

Tudo, em volta de nós,

Tinha um aspecto de alma.

Tudo era sentimento,

Amor e piedade.

A folha que tombava

Era alma que subia…

E, sob os nossos pés,

A terra era saudade,

A Pedra comoção

E o pó melancolia.

Falavas de uma estrela

E deste bosque em flor;

Dos ceguinhos sem pão,

Dos pobres sem um manto.

Em cada tua palavra,

Havia etérea dor;

Por isso, a tua voz

Me impressionava tanto!

E punha-me a cismar

Que eras tão boa e pura,

Que, muito em breve – sim! -,

Te chamaria o céu!

E soluçava, ao ver-te

Alguma sombra escura,

Na fronte, que o luar

Cobria, como um véu.

A tua palidez

Que medo me causava!

Teu corpo era tão fino

E leve (oh meu desgosto!)

Que eu tremia, ao sentir

O vento que passava!

Caía-me, na alma,

A neve do teu rosto.

Como eu ficava mudo

E triste, sobre a terra!

E uma vez, quando a noite

Amortalhava a aldeia,

Tu gritaste, de susto,

Olhando para a serra:

- Que incêndio! – E eu, a rir,

Disse-te: - É a lua cheia!...

E sorriste também

Do teu engano. A lua

Ergueu a branca fronte,

Acima dos pinhais,

Tão ébria de esplendor,

Tão casta e irmã da tua,

Que eu beijei, sem querer,

Seus raios virginais.

E a lua, para nós,

Os braços estendeu.

Uniu-nos num abraço,

Espiritual, profundo;

E levou-nos assim,

Com ela, até ao céu…

Mas, ai, tu não voltaste

E eu regressei ao mundo.

 

II

 

Um raio de luar,

Entrando, de improviso

No meu quarto sombrio,

Onde medito, a sós,

Deixa, a tremer, no ar,

Um pálido sorriso,

Um murmúrio de luz

Que lembra a tua voz.

O Outono, que derrama

Ideal melancolia

Nas almas sem amor,

Nos troncos sem folhagem,

Deixa vibrar, em mim,

Saudosa melodia,

Dolorida canção,

Que lembra a tua imagem.

A noite, que escurece

Os vales e os outeiros,

E que acende, num bosque,

A voz do rouxinol

E a estrela que protege

E guia os pegureiros;

A lágrima do céu

Ao ver morrer o sol,

Acorda, no meu peito,

Infinda e etérea dor,

Que à memória me traz

A luz do teu olhar.

Tudo de ti me fala,

 Ó meu longínquo amor:

As árvores, a névoa,

Os rouxinóis e o mar.

Se passo por um lírio,

Às vezes, distraído,

Chama por mim, dizendo:

“Oh! Não te esqueças dela!”

Diz-mo também, chorando

O vento dolorido.

Diz-mo a fonte, a cantar,

Diz-mo, a brilhar, a estrela.

E vejo, em toda a luz,

Teus olhos a fulgir.

Como adivinho, em tudo,

A alma que perdi!

Não encontro uma flor,

Sem o teu nome ouvir.

Não posso olhar o céu,

Sem me lembrar de ti!

Por isso, eu amo o pobre,

O triste e a Natureza,

A mãe da humana dor,

Da dor de Deus a filha.

Meu coração, ao pé Dum pobrezinho, reza;

Canta, ao lado dum ninho,

Ao pé da estrela, brilha.

O meu amor por ti,

Meu bem, minha saudade,

Ampliou-se até Deus,

Os astros alcançou.

Beijo o rochedo e a flor,

A noite e a claridade.

São estes, sobre o mundo,

Os beijos que te dou.

Hás-de senti-los, sim,

Doce mulher de outrora.

Ó roxo lírio de hoje,

Ó nuvem actual!

Como dantes teu rosto,

A rosa ainda hoje cora;

Beijo-te, sim, beijando

A rosa virginal.

Teu espectro divaga,

Ao longo dos espaços.

Teu amor, feito luz,

Desce do Firmamento.

Se abraço um verde tronco,

Eu sinto, entre os meus braços,

Teu corpo estremecer,

Como uma flor, ao vento.

Soluça a tua dor

Nas infinitas mágoas,

Que, no fumo da tarde,

Eu vejo, além, subir.

E paira a tua voz

No marulhar das águas,

No murmúrio que sai

Das pétalas a abrir.

Se os lábios vou molhar

Nas ondas duma fonte,

Queimam meu coração

Tuas lágrimas salgadas.

E, quando acaricia

O vento a minha fronte

Eu bem sinto, sobre ela,

As tuas mãos sagradas.

Quando a lua, no Outono,

Envolta em luz funérea,

Morta, vai a boiar

Nas águas do Infinito,

Doira meu frio rosto

A palidez etérea,

Que dantes emanava

O teu perfil bendito.

Quando, em manhãs d`Abril,

Acordo, de repente,

E vejo, no meu quarto,

O sol entrar, sorrindo,

Julgo ver, ante mim,

Teu corpo resplendente,

Tua trança de luz,

Teu gesto suave e lindo.

Descubro-te, mulher,

Na Natureza inteira,

Porque entendo a floresta,

A névoa, o céu doirado,

A estrela a arder, no Azul,

A lenha, na lareira

E o lírio que, na cruz

Do outono, está pregado.

Falas comigo, sim,

Da dor, do bem, de Deus.

Repartes o meu pão,

Amor, pelos ceguinhos.

E pelas solidões

Os pobres versos meus,

Como os pobres que vão,

A orar, pelos caminhos.

És a minha ternura,

A minha piedade,

Pois tudo me comove!

O zéfiro mais leve

Acende, no meu peito,

Infinda claridade;

E a brancura do lírio

Enche meu ser de neve.

Todo eu fico a cismar

Na louca voz do vento,

Na atitude serena

E estranha duma serra;

No delírio do mar,

Na paz do Firmamento

E na nuvem, que estende

As asas, sobre a terra.

Todo eu fico a cismar,

Assim como que esquecido,

Ante a flor virginal

E o sol enamorado.

Ante o luar que nasce,

Ao longe, dolorido,

Dando às cousas um ar

Tão triste e macerado.

Todo eu medito e cismo.

Um vago e etéreo laço

Prende-me ao teu imendo

E livre coração,

Que abrange o mundo inteiro

E ocupa todo o espaço,

E que vai povoar

A minha solidão.

Por isso, eu vivo sempre,

Em doce companhia,

Com o pobre que pede

E a estrela que fulgura;

E, assim, a minha alma,

Igual à luz do dia

Derrama-se, no céu,

Em ondas de ternura.

Sou como a chuva e o vento

E a sombra duma cruz!

Lira, que a mais suave

Aragem faz vibrar.

Água que, ao luar brando,

Em nuvens se traduz;

Fruto que amadurece,

À luz dum claro olhar.

Pedra que um beijo funde

E místico vapor,

Que um hálito condensa

Em pura gota de água.

Sou aroma que um ai

Encarna em triste flor;

Riso que muda em choro

A mais pequena mágoa.

Vivo a vida infinita,

Eterna, esplendorosa.

Sou neblina, sou ave,

Estrela, Azul sem fim,

Só porque, um dia, tu,

Mulher misteriosa,

Por acaso, talvez,

Olhaste para mim.

 

In “Poesia de Amor”

Antologia Portuguesa  

Selecção e prefácio de José Régio e Alberto de Serpa,

Livraria Tavares Martins - Porto - 1945

 

Teixeira de Pascoaes **

(1877-1952)

 

** Pseudónimo de Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos

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Quarta-feira, 7 de Setembro de 2022

Recordando... José Luís Peixoto

AMOR

 

o teu rosto à minha espera, o teu rosto

a sorrir para os meus olhos, existe um

trovão de céu sobre a montanha.

 

as tuas mãos são finas e claras, vês-me

sorrir, brisas incendeiam o mundo,

respiro a luz sobre as folhas da olaia.

 

entro nos corredores de outubro para

encontrar um abraço nos teus olhos,

este dia será sempre hoje na memória.

 

hoje compreendo os rios. a idade das

rochas diz-me palavras profundas,

hoje tenho o teu rosto dentro de mim.

 

In "A Casa, A Escuridão"

Quetzal Editores

 

José Luís Peixoto

(N.1974)

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Quinta-feira, 1 de Setembro de 2022

Recordando... Luís Filipe Castro Mendes

VIAGEM DE INVERNO

 

Disse. E a só luz do entendimento

meu corpo iluminou já sem palavras.

Disse a razão que pensa o pensamento

e a sem razão brutal que sobrenada

às almas e paixões, quando escurece

e a morte lê no céu sua alvorada.

Disse o terror da terra e a alegria

que há em passar do mundo ao puro dia.

 

In "Viagem do Inverno"

Quetzal Editores - 1993 

 

Luís Filipe Castro Mendes

(N.1950)

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