ATENTO MEU OLHAR SE REVIGORA
Atento meu olhar se revigora no cais sempre aberto
em que discorro. E sem o látego de impassíveis fantasias
ou de crenças usadas como socorro. À palavra me vou
dando no concreto que percorro. Observo ruas, rostos,
para lá de logros e madrugadas enganosas e sentado
no café insisto leituras que tento copiosas.
Mas se acaso, num inverno que já pressinto, relâmpagos
e trovões falsearem tudo o que vi, imune voltarei ao mesmo
tempo – indisfarçável véspera em que vivi. Atento meu olhar
se revigora neste cais, onde toda a cidade desfila eu eu,
sem máscara nem embuste, indago. Em cuidado me gostaria
para sempre, mas tal não posso neste ermo fustigado por duros
vendavais e monótona bonança. Que me fique a invendável
liberdade, listada a fogo com ferretes de esperança.
In “A irresistível voz de Ionatos”
Editora Labirinto
Victor Oliveira Mateus
(N.1952)
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