DE MIM ME SOU FEITO ALHEO
De mim me sou feito alheo;
antr'o cuidado e cuidado
está um mal derramado
que por mal grande me veo.
Nova dor, novo receo
foi este que me tomou:
assi me tem, assi estou.
D'esperança em esperança
pouco a pouco me levou
grand'engano ou confiança
que me tam longe leixou.
Se m'isto tomara outrora,
cuidara de ver-lhe fim:
mas qu'ei-de cuidar j'agora
sem esperança e sem mim!
Bernardim Ribeiro
1482 (?) – 1552 (?)
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