À FLOR DA PELE
Nunca vi nervos à flor da pele, mas sinto
a doçura do pólen e deixo a língua escorregar
pelo teu corpo. Dizem que os nervos se reflectem
nos intestinos. A flor dos intestinos cura-se
com a flor do iogurte. É um universo completo:
da flora à fauna intestinal, de dobra em dobra,
a vista da montanha, a festa dos vales
e pequenos seres despertando
no côncavo, no invisível cheio de promessas.
Deve ser terrível ter os nervos à flor da pele,
acalmá-los com massagens suaves até murcharem
ou então deixar os nervos à superfície
como um ouriço-cacheiro, um ouriço-do-mar
se viver no litoral. É um mundo perigoso.
São horas: Levo a minha pele à rua
presa pela correia do relógio.
In “Da Alma e dos Espíritos Animais”
Campo das Letras – 2001
Rosa Alice Branco
N. 1950
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